Grande líder revolucionário para uns,
ditador implacável para outros, Fidel Castro, que teve a morte anunciada neste
sábado (26), foi o responsável por implantar o regime comunista em Cuba, em
meio à Guerra Fria
Fidel Castro em discurso feito em 1998 em Barbados.
CONTROVERSO
Aousadia da revolução custou à ilha, até então um refúgio de lazer para
americanos, um hiato de 53 anos nas relações diplomáticas com Washington. A
reaproximaração só veio em 2014.
Após derrubar o ditador Fulgêncio Batista, “El Comandante”, como era conhecido, foi exaltado pela população por elevar as taxas de alfabetização e universalizar a saúde.
Apesar disso, restringiu liberdades civis. Sindicatos foram proibidos de fazer greves, a imprensa censurada, e instituições religiosas perseguidas. Opositores foram extirpados: executados, presos ou exilados à força. Sob seu governo, cerca de 12 mil pessoas foram mortas, segundo entidades de defesa dos direitos humanos.
Saindo de cena progressivamente ao longo da última década, Fidel passou o bastão a seu irmão Raúl. Em agosto de 2016, durante a comemoração de seus 90 anos, uma das suas últimas aparições, ele estava frágil. Ainda assim, Fidel atraiu 100 mil pessoas.
Após derrubar o ditador Fulgêncio Batista, “El Comandante”, como era conhecido, foi exaltado pela população por elevar as taxas de alfabetização e universalizar a saúde.
Apesar disso, restringiu liberdades civis. Sindicatos foram proibidos de fazer greves, a imprensa censurada, e instituições religiosas perseguidas. Opositores foram extirpados: executados, presos ou exilados à força. Sob seu governo, cerca de 12 mil pessoas foram mortas, segundo entidades de defesa dos direitos humanos.
Saindo de cena progressivamente ao longo da última década, Fidel passou o bastão a seu irmão Raúl. Em agosto de 2016, durante a comemoração de seus 90 anos, uma das suas últimas aparições, ele estava frágil. Ainda assim, Fidel atraiu 100 mil pessoas.
REVOLUÇÃO
Em 1952, o general Fulgêncio Batista, ex-presidente de Cuba (1940-1944),
cancela as eleições e derruba o governo. Recém-formado em direito, Fidel
organiza uma insurreição com outros membros do Partido Ortodoxo. Em 26 de julho
de 1953, cerca de 150 pessoas atacam o quartel de Moncada, em Santiago de Cuba,
em uma tentativa de derrubar Batista. O ataque falha e Fidel é capturado. Após
julgamento, é condenado a 15 anos de prisão. O incidente, entretanto, o torna
famoso no país.
Em 1955, após ser anistiado, Fidel funda o movimento 26 de Julho, de oposição ao governo. Nessa época, ele se encontra pela primeira vez com o revolucionário Ernesto ‘Che’ Guevara e se exila no México.
Os embates continuam até que, em 30 e 31 de dezembro de 1958, as vitórias revolucionárias assustam Batista, que foge de Cuba para a República Dominicana. Aos 32 anos, Fidel consegue assumir o controle do país.
Os embates continuam até que, em 30 e 31 de dezembro de 1958, as vitórias revolucionárias assustam Batista, que foge de Cuba para a República Dominicana. Aos 32 anos, Fidel consegue assumir o controle do país.
Em 1955, após ser anistiado, Fidel funda o movimento 26 de Julho, de oposição ao governo. Nessa época, ele se encontra pela primeira vez com o revolucionário Ernesto ‘Che’ Guevara e se exila no México.
Os embates continuam até que, em 30 e 31 de dezembro de 1958, as vitórias revolucionárias assustam Batista, que foge de Cuba para a República Dominicana. Aos 32 anos, Fidel consegue assumir o controle do país.
Os embates continuam até que, em 30 e 31 de dezembro de 1958, as vitórias revolucionárias assustam Batista, que foge de Cuba para a República Dominicana. Aos 32 anos, Fidel consegue assumir o controle do país.
Fidel Castro e Ernesto 'Che' Guevara
COMUNISMO
Fidel assume como primeiro-ministro em 1959, após a renúncia de José Miro
Cardona. Nesta época, Cuba inicia relações com a então União Soviética. A
partir daí, o líder começa a implantar o comunismo. Em 1960, nacionaliza a
indústria açucareira de Cuba, sem pagar indenizações. Três anos depois, amplia
a reforma agrária ao estatizar as fazendas.
Em 1961, o governo proclama seu status socialista, o que gera uma fuga em massa dos ricos do país para Miami, nos Estados Unidos, que rompem as relações diplomáticas com Cuba. Quatro anos depois, como líder do Partido Comunista cubano, Fidel lança campanha para apoiar a luta armada contra o imperialismo na América Latina e na África.
Em 1961, o governo proclama seu status socialista, o que gera uma fuga em massa dos ricos do país para Miami, nos Estados Unidos, que rompem as relações diplomáticas com Cuba. Quatro anos depois, como líder do Partido Comunista cubano, Fidel lança campanha para apoiar a luta armada contra o imperialismo na América Latina e na África.
Fidel Castro durante encontro em Kuala Lumpur em
2001.
O REGIME
Poucas figuras históricas são tão controversas quanto Fidel Castro. Em
1967, Che é assassinado na Bolívia dois anos depois de deixar Cuba para
expandir a revolução. Com isso, Fidel vira o único rosto da Revolução Cubana.
Apesar de os EUA se comprometerem a não invadir a ilha, houve ataques de outras formas, como o bloqueio econômico e centenas de tentativas de assassinato contra Fidel. O líder cubano disse que, se driblar tentativas de assassinato fosse esporte olímpico, ele ganharia medalhas de ouro. As relações diplomáticas entre norte-americanos e cubanos, rompidas em 1961 quando a ilha se declarou socialista, só foi retomada em 2014.
Em seu governo, Fidel investiu na educação – foram criadas cerca de 10 mil novas escolas, e a alfabetização atingiu 98% da população. Os cubanos têm um sistema de saúde universal, que reduziu a mortalidade infantil para 11 a cada mil nascidos vivos.
Entretanto, as liberdades civis foram confiscadas. Sindicatos perderam o direito de realizar greves, jornais independentes foram fechados e instituições religiosas perseguidas. Castro removeu opositores com execuções, prisões e exílio forçado.
Em 1986, instituições de defesa dos direitos humanos realizaram em Paris o “Tribunal de Cuba”, onde ex-prisioneiros da ditadura deram seu testemunho. Entidades calculam que cerca de 12 mil pessoas morreram nas mãos do governo.
Centenas de milhares de cubanos fugiram do país ao longo das décadas, muitos para a Flórida, nos EUA, bastante próxima da costa da ilha. A maior saída ocorreu em 1980, quando o governo autorizou a saída: 125 mil deixaram Cuba – 15 mil delas se jogaram ao mar amarradas e canoas, pneus e botes.
Em 1996, Cuba bombardeia dois aviões civis pilotados por exilados cubanos em Miami, retomando as tensões com os EUA. No ano seguinte, Fidel apontou seu irmão, Raúl, como seu sucessor.
Em 2002, o presidente dos EUA George W.Bush EUA cria uma prisão para suspeitos de terrorismo na base de Guantánamo, em território cubano. A decisão, impulsionada pelos atentados de 11 de setembro de 2011, foi seguida pela inclusão do país na lista dos que apoiam o terrorismo.
Apesar de os EUA se comprometerem a não invadir a ilha, houve ataques de outras formas, como o bloqueio econômico e centenas de tentativas de assassinato contra Fidel. O líder cubano disse que, se driblar tentativas de assassinato fosse esporte olímpico, ele ganharia medalhas de ouro. As relações diplomáticas entre norte-americanos e cubanos, rompidas em 1961 quando a ilha se declarou socialista, só foi retomada em 2014.
Em seu governo, Fidel investiu na educação – foram criadas cerca de 10 mil novas escolas, e a alfabetização atingiu 98% da população. Os cubanos têm um sistema de saúde universal, que reduziu a mortalidade infantil para 11 a cada mil nascidos vivos.
Entretanto, as liberdades civis foram confiscadas. Sindicatos perderam o direito de realizar greves, jornais independentes foram fechados e instituições religiosas perseguidas. Castro removeu opositores com execuções, prisões e exílio forçado.
Em 1986, instituições de defesa dos direitos humanos realizaram em Paris o “Tribunal de Cuba”, onde ex-prisioneiros da ditadura deram seu testemunho. Entidades calculam que cerca de 12 mil pessoas morreram nas mãos do governo.
Centenas de milhares de cubanos fugiram do país ao longo das décadas, muitos para a Flórida, nos EUA, bastante próxima da costa da ilha. A maior saída ocorreu em 1980, quando o governo autorizou a saída: 125 mil deixaram Cuba – 15 mil delas se jogaram ao mar amarradas e canoas, pneus e botes.
Em 1996, Cuba bombardeia dois aviões civis pilotados por exilados cubanos em Miami, retomando as tensões com os EUA. No ano seguinte, Fidel apontou seu irmão, Raúl, como seu sucessor.
Em 2002, o presidente dos EUA George W.Bush EUA cria uma prisão para suspeitos de terrorismo na base de Guantánamo, em território cubano. A decisão, impulsionada pelos atentados de 11 de setembro de 2011, foi seguida pela inclusão do país na lista dos que apoiam o terrorismo.
Fidel Castro e seu irmão Raúl, que o sucedeu no
poder
GUERRA FRIA
No dia seguinte ao que Fidel formalizou Cuba como estado socialista,
cerca de 1,3 mil exilados cubanos apoiados pela CIA atacam a ilha pela Baía dos
Porcos. A tentativa de derrubar o governo foi um fracasso – centenas de mortos
e quase mil capturados. Os EUA negam seu envolvimento, mas admitem que os
exilados foram treinados pela CIA. Décadas após o incidente, o país confirmou
que a ação era planejada desde 1959.
O ataque fez Fidel consolidar seu poder. Ainda em maio de 1961, ele anuncia o fim das eleições democráticas, denuncia o imperialismo americano e nomeia Che Guevara para o Ministério da Indústria. A resposta dos EUA veio em 1962, com um bloqueio econômico total à ilha que isola o regime.
Fidel intensifica a relação de Cuba com a União Soviética e aceita financiamento e ajudas militares. Em outubro de 1962, o Moscou concebe a ideia de implantar mísseis nucleares em Cuba. Instala-se uma crise com os EUA, que quase gera uma guerra nuclear. Dias depois, o premiê soviético concorda em retirar os mísseis desde que os EUA se comprometam a não invadir Cuba. Fidel, porém, não participa das negociações.
A ajuda comercial dada pela União Soviética à Cuba acaba em 1989, com a queda do muro de Berlim. O bloco também retira seus 7 mil militares da ilha.
O ataque fez Fidel consolidar seu poder. Ainda em maio de 1961, ele anuncia o fim das eleições democráticas, denuncia o imperialismo americano e nomeia Che Guevara para o Ministério da Indústria. A resposta dos EUA veio em 1962, com um bloqueio econômico total à ilha que isola o regime.
Fidel intensifica a relação de Cuba com a União Soviética e aceita financiamento e ajudas militares. Em outubro de 1962, o Moscou concebe a ideia de implantar mísseis nucleares em Cuba. Instala-se uma crise com os EUA, que quase gera uma guerra nuclear. Dias depois, o premiê soviético concorda em retirar os mísseis desde que os EUA se comprometam a não invadir Cuba. Fidel, porém, não participa das negociações.
A ajuda comercial dada pela União Soviética à Cuba acaba em 1989, com a queda do muro de Berlim. O bloco também retira seus 7 mil militares da ilha.
Fidel Castro e Vladmir Putin, presidente da Rússia
VIDA PESSOAL
Orevolucionário nasceu em 13 de agosto
de 1926, em Mayarí, na província de Holguín, sul de Cuba, e foi batizado como
Fidel Hipólito. Lina Ruz Gonzalez, sua mãe, trabalhava para a mulher de seu
pai, o latifundiário espanhol Ángel Castro. Apenas quando Fidel chega à
adolescência, seu pai se separa da primeira mulher e assume a família com Lina,
com quem teve outros cinco filhos. Nesta época, Fidel é assumido oficialmente
pelo pai e recebe o nome de Fidel Alejandro Castro Ruz.
Apesar de não registrado pelo pai na infância, Fidel sempre estudou em escolas particulares e em meio à riqueza, um ambiente diferente da pobreza do povo cubano. Inteligente, o jovem se interessava mais esportes do que por estudos. Ainda assim, o líder cubano entra na Universidade de Havana em 1945, onde conhece o nacionalismo político cubano, o anti-imperalismo e o socialismo, e se forma em direito em 1950.
Apesar de não registrado pelo pai na infância, Fidel sempre estudou em escolas particulares e em meio à riqueza, um ambiente diferente da pobreza do povo cubano. Inteligente, o jovem se interessava mais esportes do que por estudos. Ainda assim, o líder cubano entra na Universidade de Havana em 1945, onde conhece o nacionalismo político cubano, o anti-imperalismo e o socialismo, e se forma em direito em 1950.
Em 1948, Fidel se envolve em sua primeira luta revolucionária. Viaja à
República Dominicana, onde fracassa ao tentar derrubar o ditador Rafael
Trujillo. Ao voltar para a faculdade, junta-se ao Partido Ortodoxo, fundado
para acabar com a corrupção no país.
No mesmo ano, Fidel se casa com Mirta Diaz Balart, de família rica. Eles têm só um filho, Fidelito. O casamento acaba em 1955. Durante a união, Fidel mantém um caso com Naty Revuelta, com quem tem uma filha, Alina Fernández-Revuelta. Em 1993, ela se passa por turista espanhola para fugir da ilha para os Estados Unidos, onde se asila e de onde passa a disparar críticas contra o pai. Além da filha Alina, uma das irmãs de Fidel, Juanita Castro, também se mudou para os EUA, no início da década de 1960.
Com sua segunda mulher, Dalia Soto del Valle, Fidel tem outros cinco filhos homens cujos nomes começam com a letra "A": Alexis, Alexander, Alejandro, Antonio e Ángel. Na noite de 31 de julho de 2006, Fidel Castro surpreende Cuba e o mundo ao anunciar que cedia o poder ao irmão Raúl, em caráter provisório, depois de sofrer hemorragias. Foi a primeira vez que saiu do poder.
Sem revelar sua doença, Fidel admite estar à beira da morte. Perde quase 20 quilos nos primeiros 34 dias de crise, passa por cirurgias e depende por muitos meses de cateteres. Em dezembro de 2007, o comandante cubano escreve não estar aferrado ao poder, nem que obstruiria a passagem das novas gerações. Em janeiro de 2008, porém, é eleito deputado e fica tecnicamente habilitado para uma reeleição – o que não ocorre.
Desde março de 2007, já afastado do cenário público, e visto só em vídeos e fotos, Fidel Castro se dedica a escrever artigos para a imprensa sob o título de "Reflexões do Comandante-em-Chefe". Ele só deixou o poder definitivamente em fevereiro de 2008.
No mesmo ano, Fidel se casa com Mirta Diaz Balart, de família rica. Eles têm só um filho, Fidelito. O casamento acaba em 1955. Durante a união, Fidel mantém um caso com Naty Revuelta, com quem tem uma filha, Alina Fernández-Revuelta. Em 1993, ela se passa por turista espanhola para fugir da ilha para os Estados Unidos, onde se asila e de onde passa a disparar críticas contra o pai. Além da filha Alina, uma das irmãs de Fidel, Juanita Castro, também se mudou para os EUA, no início da década de 1960.
Com sua segunda mulher, Dalia Soto del Valle, Fidel tem outros cinco filhos homens cujos nomes começam com a letra "A": Alexis, Alexander, Alejandro, Antonio e Ángel. Na noite de 31 de julho de 2006, Fidel Castro surpreende Cuba e o mundo ao anunciar que cedia o poder ao irmão Raúl, em caráter provisório, depois de sofrer hemorragias. Foi a primeira vez que saiu do poder.
Sem revelar sua doença, Fidel admite estar à beira da morte. Perde quase 20 quilos nos primeiros 34 dias de crise, passa por cirurgias e depende por muitos meses de cateteres. Em dezembro de 2007, o comandante cubano escreve não estar aferrado ao poder, nem que obstruiria a passagem das novas gerações. Em janeiro de 2008, porém, é eleito deputado e fica tecnicamente habilitado para uma reeleição – o que não ocorre.
Desde março de 2007, já afastado do cenário público, e visto só em vídeos e fotos, Fidel Castro se dedica a escrever artigos para a imprensa sob o título de "Reflexões do Comandante-em-Chefe". Ele só deixou o poder definitivamente em fevereiro de 2008.
Fidel Castro e o ex-jogador argentino de futebol
Diego Maradona
Morre Fidel Castro: 9 frases célebres do polêmico líder da Revolução Cubana
Otimismo, ousadia e homenagem a Che Guevara e Hugo Chávez estão entre as palavras do ex-líder cubano.
Fidel Castro foi um dos personagens da política internacional durante mais de seis décadas
Até os mais críticos admitem que Fidel Castro Ruz, o homem que liderou a Revolução Cubana e que morreu na noite desta sexta-feira (25), é um grande orador.
É claro que os longos discursos também já foram motivo de muitas piadas, mas nas mais de seis décadas que Fidel esteve na linha de frente da política internacional e entre as reflexões que compartilhou desde que deixou o poder em 2006, o revolucionário cubano disse várias frases memoráveis.
Veja abaixo algumas das frases mais famosas de Fidel Castro.
1. "A história me absolverá"
Castro (na ponta direita da foto) fez a própria defesa no julgamento devido ao ataque ao quartel de Moncada.
Uma das frases mais conhecidas de Fidel Castro é também uma das primeiras que o público conheceu.
Ele falou isso aos 26 anos, quando ainda era um jovem revolucionário.
Depois do ataque ao quartel Moncada de Santiago de Cuba, em 26 de julho de 1953, e depois de passar 76 dias "preso em uma cela solitária", como denunciou na época, ele fez a própria defesa no julgamento. E encerrou com estas palavras:
"Sei que a prisão será dura como nunca foi para ninguém, cheia de ameaças, de enfurecimento ruim e covarde, mas não a temo, como não temo a fúria do tirano miserável que arrancou a vida de 70 dos meus irmãos. Condene-me, não importa, a história me absolverá."
Fidel Castro foi condenado no dia 16 de outubro daquele mesmo ano. Depois de passar 22 meses na prisão, foi libertado graças a uma anistia e partiu para o exílio no México.
2. "Se saio, chego; se chego, entro; se entro, triunfo"
De acordo com os que conviveram com ele durante o exílio no México, estas foram as palavras mais repetidas por Fidel antes de partir, em 1956, no iate Granma com um grupo de 80 pessoas.
Eles estavam indo iniciar a luta guerrilheira em Cuba e derrotar Fulgêncio Batista: "Se saio, chego; se chego, entro; se entro, triunfo", era o que dizia o revolucionário.
Esse otimismo era uma das suas características marcantes. Fidel sempre disse que, para ser revolucionário, não se pode ser pessimista.
3. "Vou bem, Camilo?"
Camilo Cienfuegos era um dos colaboradores mais próximos de Castro
A pergunta acima foi feita ao companheiro de guerrilha e um de seus colaboradores mais próximos, o comandante Camilo Cienfuegos. Era o dia 8 de janeiro de 1959 e Fidel Castro fazia seu primeiro discurso para o povo cubano depois da vitória da revolução, em sua chegada à Havana.
"Vou bem, Camilo?", perguntou Fidel em uma pausa do discurso.
"Vai bem, Fidel", respondeu Cienfuegos, que foi aplaudido pelo público.
4. "Que sejam como o Che!"
Castro e Che se separaram poucos anos depois da vitória da Revolução Cubana
No dia 18 de outubro de 1967, nove dias depois da morte de Che Guevara na Bolívia, Fidel Castro participou de uma vigília em homenagem ao guerrilheiro argentino na Praça da Revolução.
Durante a vigília ele definiu Che como "um exemplo" e o "modelo ideal" para o povo cubano.
"Se queremos falar como queremos que sejam nossos combatentes revolucionários, nossos militantes, nossos homens, devemos dizer sem hesitação de nenhuma espécie: Que sejam como o Che! Se queremos falar como queremos que sejam os homens das futuras gerações, devemos dizer: Que sejam como o Che! Se queremos dizer como desejamos que sejam educadas nossas crianças, devemos dizer sem vacilar: Queremos que sejam educados no espírito do Che!"
5. "Tenho um colete moral (...) que tem me protegido sempre"
Em 1979, antes de viajar para a ONU em Nova York, um jornalista perguntou a Fidel Castro a respeito de um boato de que ele "sempre estava protegido pela roupa".
O então líder cubano fez um discurso na Assembleia da ONU em 1979
"Que roupa?", perguntou de volta Fidel, já se preparando para abrir a camisa.
"Todo mundo diz que você tem um colete à prova de balas", disse o jornalista.
"Não. Vou a desembarcar assim em Nova York. Tenho um colete moral que é forte. Este tem me protegido sempre", respondeu o líder cubano rindo, enquanto abria a camisa e mostrava o peito.
6. "Todos os inimigos podem ser vencidos"
Em 1995, durante uma entrevista na missão cubana das Nações Unidas com a apresentadora de origem cubana María Elvira Salazar para o canal americano Telemundo, Fidel Castro respondeu desta forma a uma pergunta que questionava quem ele considerava seu pior inimigo.
"Meu pior inimigo? Acho que não tenho inimigos piores, porque acredito que todos os inimigos podem ser vencidos."
7. "Não pretendo exercer meu cargo até os cem anos"
A rivalidade entre Washington e Havana se prolongou até recentemente
"Que os vizinhinhos do norte não se preocupem, não pretendo exercer o meu cargo até os cem anos", disse Fidel em Bayamo, no dia 26 de julho de 2006, em um discurso para o Dia da Rebeldia Nacional.
Cinco dias depois, no dia 31 de julho, ele anunciou que deixaria temporariamente o poder por motivos de saúde. Ele tinha se submetido a uma operação e o irmão dele, Raúl, assumia o poder.
8. "Não tenho nem um átomo de arrependimento"
"Cometi erros, mas nenhum estratégico, simplesmente tático. Não tenho nem um átomo de arrependimento pelo que fizemos em nosso país", explicou Fidel ao jornalista espanhol Ignacio Ramonet, de acordo com o livro "Cem Horas com Fidel", publicado em 2006.
9. "O melhor amigo que tive"
Como vinha ocorrendo nestes últimos anos depois que deixou o poder em Cuba, a despedida de Fidel ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, depois de sua morte em 2013, foi feita em uma de suas Reflexões, os artigos publicados pela imprensa estatal cubana.
A amizade entre Castro e Chávez era antiga
"Hoje guardo uma lembrança especial do melhor amigo que tive em meus anos de político ativo - que, muito humilde e pobre, formou o Exército Bolivariano da Venezuela - Hugo Chávez Frías."
"Homem de ação e ideias, um tipo de doença extremamente agressiva o surpreendeu e o fez sofrer muito, mas enfrentou com grande dignidade e com uma dor profunda para familiares e amigos próximos que tanto amou. Bolívar foi seu mestre e o guia que orientou seus pasos na vida. Ambos reuniram a grandeza suficiente para ocupar um lugar de honra na história humana."
*Texto originalmente publicado em 13 de agosto de 2016, quando Fidel Castro completou 90 anos, e atualizado após sua morte nesta sexta-feira.
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